Resumo
Introdução: Nymphicus hollandicus (calopsita) é uma ave doméstica, que convive diretamente com o ser humano, tornando inevitável o contato com seus excrementos. As fezes destas aves podem abrigar bactérias, incluindo resistentes aos antimicrobianos de relevância clínica. Objetivo: Investigar a presença de bactérias gram-negativas resistentes a antimicrobianos em fezes de N. hollandicus. Métodos: Um pool de fezes de duas aves nascidas e mantidas em cativeiro doméstico foi coletado e foram submetidos (2g) a cultura enriquecida em 100 mL de caldo BHI acrescidos dos antimicrobianos meropenem, ciprofloxacina, gentamicina e colistina, separadamente e em conjunto, além de apenas em caldo BHI (controle de crescimento). As concentrações dos antimicrobianos foram estabelecidas de acordo com o CLSI (2019) e BrCAST (2020) os quais definem resistência em bactérias gram-negativas. Após a incubação a 35 ±2 ºC/48h, 100, 10 e 1 µL de cada cultivo foram inoculados em ágares MacConkey, cetrimide e nutriente utilizando a técnica de spread plate e incubados a 35 ±2 ºC/48h. Resultados: Nesta pesquisa não foi observado crescimento de bactérias gram-negativas resistentes aos antimicrobianos testados a partir das fezes das calopsitas. Porém, a partir da cultura controle, observou-se o crescimento de morfotipos distintos, fermentadores de lactose (em ágar MacConkey) e colônias produzindo pigmentos verdes (em ágar cetrimide). Conclusão: Na microbiota intestinal das calopsitas encontram-se diversos tipos de bactérias gram-negativas que, embora possuam características morfológicas similares a potenciais patógenos humanos, sugerem menor impacto clínico considerando a resistência aos antimicrobianos aqui investigados.