Perfil de utilização de antimicrobianos para tratamento de infecção do trato urinário entre mulheres estudantes de Farmácia de uma universidade pública do Brasil
BJHP-V6N3 Saúde da Mulher
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Palavras-chave

Infecções urinárias
Estudantes de Farmácia
Saúde da mulher
Anti-infecciosos
Resistência microbiana a medicamentos

Como Citar

Ana Paula Silva Martins Ribeiro, Aline Silva de Assis Santos, Raissa Carolina Fonseca Cândido, Mariana Martins Gonzaga do Nascimento, & Caryne Margotto Bertollo. (2024). Perfil de utilização de antimicrobianos para tratamento de infecção do trato urinário entre mulheres estudantes de Farmácia de uma universidade pública do Brasil. Brazilian Journal of Health and Pharmacy, 6(3), 24–40. Recuperado de https://bjhp.crfmg.org.br/crfmg/article/view/223

Resumo

A infecção do trato urinário (ITU) tem alta prevalência entre mulheres, especialmente com a vida sexual ativa. O manejo dessa infecção envolve o uso de antimicrobianos de maneira apropriada e segura, para evitar consequências relacionadas a recorrência da infecção e resistência bacteriana. O objetivo do trabalho é avaliar o perfil de utilização de antimicrobianos para ITU entre as estudantes de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais. Para isso, foi realizado um estudo descritivo transversal entre setembro e dezembro de 2019. Foram coletados os dados sociodemográficos, o perfil da infecção e uso de antimicrobianos, que foram descritos por meio de proporções, médias e desvio-padrões, quando aplicável. Foram incluídas 239 alunas, com média de idade de 23 anos, das quais 20,50% (n= 49) relataram episódios ITU nos últimos 12 meses. Todas as participantes apresentaram pelo menos um sintoma característico da ITU, sendo que os mais citados foram: disúria (n=41; 85,11%), polaciúria (n=35;71,43%) e urina turva (n=31; 63,27%). Ademais, foram relatados hábitos de vida que são fatores de risco para o surgimento da infecção como atraso na micção (n =37; 75,51%), uso de calças apertadas (n=36; 73,47%) e uso de absorventes externo ou protetor de calcinha (n=29; 59,18%). Em relação ao perfil dos antimicrobianos, foram utilizados pelas estudantes o ciprofloxacino (n= 12; 35,29%), amoxicilina + clavulanato de potássio (n =3; 8,82%), fosfomicina (n=2; 5,88%), nitrofurantoína (n=1; 2,94%), norfloxacino (n=1; 2,94%) e sulfametoxazol + trimetoprima (n=1; 2,94%). Os medicamentos utilizados foram obtidos por meio da compra com a prescrição médica (n=31; 93,30%) ou de antimicrobianos restantes de tratamento anterior (n=2; 6,06%). Portanto, o ciprofloxacino foi o antimicrobiano mais utilizado e automedicação foi uma prática realizada entre as estudantes. Isso sugere a necessidade de adequação da conduta clínica dos prescritores na escolha do antimicrobiano mais indicado. Além disso, representam um alerta para a necessidade de promover estratégias capazes de empoderar as estudantes sobre a temática a fim de interferirem nas decisões referentes à sua própria saúde.

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